segunda-feira, 29 de março de 2010

AFINAL, HOMOFOBIA É O QUÊ?

Primeiro, deixem que eu vos diga: toda essa polêmica sobre a homofobia (ou não) do Marcelo Dourado a mim parecem raios gamas que se extraviaram no caminho do planeta Marte. Ao contrário do que apregoou ao vivo Pedro Bial, não sou fã do BBB. Mas não posso ignorar o fato de que, quando ele acontece se torna assunto nacional, e por isso não posso deixar de comentá-lo.


É o que faço agora, para discordar de comentário recente de Bruno Joel: a opção sexual dos participantes do BBB atual não estaria em jogo... Se ela não fosse ressaltada desde o começo de modo insofismável pelos concorrentes e pelo próprio programa. Houve até insinuações de que, além dos notórios e confessos, haveria outros “gays” escondidos nas dobras mais recônditas dos lençóis usados no programa.

Quanto à homofobia, ela é, como o machismo, a incapacidade de alguém compreender a opção do outro, e assim negar o seu direito de existir e ocupar um lugar no mundo. As mulheres têm um cantinho reservado no universo dos machistas, mas apenas como objetos. Quanto aos homossexuais, nem por isso: eles apenas “não prestam”. Foi essa a postura de Dourado em relação aos homossexuais “notórios” do programa desde o começo. Dourado não é homofóbico? Então por que os homofóbicos se consideram tão bem representados por ele?

Não foram os homossexuais do programa, foi o próprio Dourado quem expôs suas razões: ele se apresentou como homofóbico e machista, sim. Por isso, agora cabe aos que o defendem apresentar seus argumentos para negar isso, já que o próprio Dourado não o fará; pois ele não é burro – isso ele não é -, e sabe que, neste preciso momento, sua homofobia e seu machismo lhe dão vantagem no jogo e o levarão a vencê-lo.
[Texto de Aguinaldo Silva]