terça-feira, 27 de outubro de 2009

MOMENTO ...

Dizem que tudo independente de qualquer coisa sempre acaba.
Se não fosse minha dificuldade em aceitar conceitos alheios como verdades supremas...
Me sujeitaria a ideias dos outros preso em paradigmas ou pensaria por mim mesmo, meus medos, minhas tristezas, minhas vontades...?
Nas voltas da vida entendi que nada tem lógica, e ainda assim pode ter sentido, e isso não significa que posso entender algo.
Percebi que as pessoas te amam como dizem amar, ou não, e as vezes você nunca saberá a verdade disso.
Compreendi que o sol existe pra nos trazer luz, mas somos seres da escuridão, e ela sempre nos puxa de volta... a maior luta é resistir contra isso.
Vi que o maior erro é pensar que sabemos algo, maximizar nosso ego e machucar com nossa arrogância quem ainda insiste em permanecer perto de nós, ou só está passando pra saber se dá pra ficar.
Das infindáveis perguntas nem sequer enumerei pra depois começar a entender as respostas. Questionar já me consome demais...

Itarcio A. L.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Me dá um dinheiro aí!

Ei, você aí, me dá um dinheiro aí!?
Não, esta frase não é o Jingle do Silvio Santos em pleno carnaval, e sim, o lema de todos os cultos realizados pela Universal do Reino de Deus em todos os lugares onde existe o imenso castelo. Em pleno vapor e berros, de uma forma contundente e incisiva, o homem lá na frente grita: doe, quanto mais se doa, mais o Senhor lhe dará de volta.
 
A única vez que eu tentei ir à igreja universal, eu fiquei surpreso com o império, com o verdadeiro templo, era algo grandioso, com jornais na porta sendo entregues, pessoas felizes cantando, uma maravilha, gostaria de saber de onde vinha toda aquela fortuna e descobri rapidamente logo nas primeiras horas.
 
Ao entrar no templo, vi lindos vitrais, pessoas em pé e com o passar do tempo aprendi que ali era um lugar do prefixo “ex-“, ex-, isso mesmo, era ex-ladrão, ex-traficante, ex-prostituta, ex-viciado, ex de ex e até, casos raros, como ex-gays e olha que a psicóloga Rosângela Alves Justino, ainda nem estava na moda com suas curas de gays mirabolantes, seria ela também da universal? Porém todos traziam algo em comum, além de serem ex-, eram todos frágeis psicologicamente.
 
Com as curas que ocorriam e os gritos de aleluia entoados o tempo todo, eu não me aguente ei comecei a rir, mas ao mesmo tempo, tinha que me conter para que o pastor lá na frente não me pegasse pelo braço, me levasse ao centro do palco para dizer que eu estava possuído, começasse a me dar uma verdadeira surra e pedir dinheiro para saber quanto eu poderia doar para que eu tivesse o demônio expulso do meu corpo. Sim, teve uma hora que se falava tanto em demônio, que eu fiquei na dúvida em que culto eu realmente estava.
 
Passa-se a sacola e entregue o que você tem de valor, porque o Senhor lhe dará em dobro, você ficará curado, terá emprego e se livrará de suas aflições. Nesta hora, vi chaves, pessoas tirando relógios, cordões de ouro e eu percebi que elas estavam possuídas. Entre lágrimas, todas elas diziam, Deus vai me dar em dobro. E o pastor continuava: quem tem fé, doa mais à igreja, quem tem menos, doa pouco. Retiro-me do templo, não há mais nada a ser ouvido e os pobres com o dinheiro coração na mão, doa no mínimo 10% do seu salário para as “obras” da igreja e ainda perguntam se eu quero me converter.
 
Desisto e penso, por que raios eu quis ser engenheiro? Não era mais fácil fazer um curso com o bispo, decorar todos os versículos da bíblia, enganar os mais fracos, pobre ou rico e conseguir tirar tudo que ele tem e sair de lá no meu carro de luxo? Ter minha linda casa em Campos do Jordão e quem sabe meu canal de TV, tudo isso de acordo com as graças do Senhor nosso Deus.
 
Com tanto dinheiro em jogo, senti até saudades das lágrimas de crocodilo da bispa e da igreja Renascer, lembra?
 
Neste ciclo vicioso, termino aqui com a letrinha da musiquinha, bem bonitinha, da queridinha Aline Barros para os pequeninos. A música se chama a oferta da viuvinha. Uma verdadeira lavagem cerebral desde cedo
 
A viuvinha pôs na caixinha
Sua moedinha, o seu melhor
E quem oferta com alegria
Junta o tesouro muito maior
Jesus se agrada, Jesus se agrada
Da ofertinha da criançada
Das moedinhas fazendo assim:
Tirilim, tim, tim. Tirilim, tim, tim.
Tirilim, tim, tim. Tirilim, tim, tim.
 A oferta vai caindo dentro da caixinha
Tirilim, tim, tim. Tirilim, tim, tim.
Eu quero um coração igual o da viuvinha

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Agora nos resta fiscalizar

Rio de Janeiro é a mais nova sede das Olimpíadas, a de 2016. Como eu já disse antes, sou contra este projeto de sede das Olimpíadas, mas agora não há o que fazer, já houve a votação, e a vitória do Rio de Janeiro.
            Esta cidade com certeza merece receber uma Olimpíada, pois afinal é a Cidade Maravilhosa. Acontece que o fantasma da lambança no Pan 2007 ainda nos persegue, fazendo com que eu, particularmente, não consiga me sentir realmente feliz com a escolha do Rio para sede das Olimpíadas. O orçamento para o Pan 2007 era de aproximadamente 500 milhões de reais e foram gastos quase 3 bilhões, agora, para as Olimpíadas, o orçamento é de aproximadamente 25 bilhões, imagine o quanto vai ser gasto na realidade...
            Mas também, sendo brasileiro, não dá para ficar completamente triste, pois as melhorias que esse acontecimento trará, eu espero, para o nosso esporte são muito grandes. Além de que a cidade do Rio, provavelmente, evoluirá bastante, enquanto o Brasil ganhará uma imagem muito mais forte internacionalmente.
            Portanto fico com muito medo do que pode vir a acontecer durante e depois desse projeto das Olimpíadas de 2016. Mas há uma réstia de esperança, de que não haja, tanta, roubalheira, e de que não fiquem muitos elefantes brancos, ou seja, que o que for construído para as Olimpíadas possa ser aproveitado pelo povo. Tudo que me resta a fazer é cobrar e fiscalizar todas as promessas que foram feitas ao invés de ficar me lamentando. Então digo, com muita insegurança, “Que venha o Rio 2016!”.

É uma pena!

É uma grande pena ter que torcer contra a escolha do Rio de Janeiro como sede para as Olimpíadas de 2016. Infelizmente, a administração que foi feita com os jogos do Pan no Rio me deixaram um tanto quanto traumatizado.
            O Brasil que tem uma população tão hospitaleira e tão cheia de alegria, que com certeza mereceria poder ter o privilégio de assistir aos jogos olímpicos aqui no Brasil. Mas acontece que não dá para confiar no COI e na administração que será feita com o nosso dinheiro, o dinheiro público.
            Em um relatório sobre o Pan 2007 emitido pelo Tribunal de Contas da União, aparecem vários casos de superfaturamento, em mão de obra, parafusadeiras, etc.: “fato de que os preços de referência – cotados junto a duas das empresas integrantes do Consórcio Interamericano, uma licitante inabilitada e uma quarta empresa – foram muito próximos dos efetivamente contratados (diferença de apenas 0,11% entre o preço de referência e o preço contratado), indica que os valores de referência já estariam superfaturados.”
            Eu, desde que nasci, adoraria ver as Olimpíadas ou até a Copa do Mundo aqui no Brasil, mas depois de analisar, fica difícil torcer para que isso aconteça.
            Além do problema da gestão do dinheiro público, alguns torcedores aqui no Brasil já mostraram que facilmente poderiam estragar o lindo espetáculo que são as Olimpíadas. São vários os casos de violência nos estádios.
É necessário que aconteçam mudanças muito drásticas, para que nós sejamos capazes de abrigar tamanho acontecimento. Infelizmente, tenho que torcer contra o Rio 2016.